Comércio Internacional
O Comércio Internacional é o sistema sob o qual empresas, indivíduos e governos trocam bens e serviços. Essa troca entre muitas economias nacionais diferentes é o que compõe a economia global.
Importações e Exportações
Quando falamos sobre comércio internacional, geralmente pensamos em termos de importações (os bens e serviços que um país compra do exterior) e exportações (os bens e serviços que um país vende para o resto do mundo). Quando um país exporta mais do que importa, diz-se que tem um “superávit comercial” – isso significa que mais dinheiro está fluindo para a economia do que saindo. Se um país tem um “déficit comercial”, mais dinheiro está saindo do que entrando.
Déficits e Superávits Comerciais

Os déficits comerciais precisam ser financiados, seja tentando aumentar as exportações no futuro, ou através de poupança e empréstimos. Como isso retira dinheiro da economia, a economia precisa crescer a um ritmo mais alto para compensar a perda. Ter um déficit comercial não é necessariamente uma coisa ruim. Por exemplo, países em desenvolvimento podem ter um déficit comercial enquanto importam materiais de comunicação de alta tecnologia e equipamentos de construção, que são usados como base para o crescimento futuro. Embora possam ter um déficit comercial todos os anos no papel, o crescimento que gera pode resultar em um benefício líquido a longo prazo.
Os superávits comerciais, por outro lado, atuam como dinheiro extra sendo adicionado à economia. Isso pode atuar como uma injeção direta para impulsionar o crescimento, permitindo que as empresas deste país reinvistam os lucros para crescer. No entanto, um superávit comercial muito grande também é perigoso. Isso porque, se mais dinheiro está sendo adicionado à economia do que está sendo usado para impulsionar o crescimento, isso causará níveis mais altos de inflação. De modo geral, países com grandes superávits comerciais reinvestem os lucros a longo prazo através de importações. Assim como os déficits comerciais anuais, a maioria dos países tenta equilibrar seus superávits comerciais a longo prazo.
O que Decide o Comércio Internacional
O comércio internacional acontece quando é mais benéfico para um país comprar um bem ou serviço de outro país do que produzi-lo internamente. Isso acontece por causa da Vantagem Comparativa e da Especialização.
Vantagens Comparativas e Especialização
Uma “vantagem comparativa” é quando uma pessoa, empresa ou país tem uma vantagem natural na produção de um bem ou serviço em relação a outra. A vantagem comparativa está no cerne do comércio internacional.
Por exemplo, os Estados Unidos têm extensas reservas de petróleo no Alasca, Texas e outras partes do país. Isso dá aos Estados Unidos uma vantagem comparativa na produção de petróleo e gasolina em comparação com o Japão, que tem muito poucas reservas de petróleo.
No Japão, isso torna a gasolina mais cara porque precisa ser importada. Isso incentivou os fabricantes de automóveis a se concentrarem na construção de carros menores e mais eficientes em termos de combustível em comparação com os fabricantes de automóveis americanos. Este é um exemplo de especialização – um foco para uma empresa ou economia desenvolver ativamente uma de suas indústrias em uma área que a torna diferente das outras. Uma vez que uma indústria se torna especializada, ela ganha sua própria vantagem comparativa em relação a outros países.
No mundo real, isso apresenta uma oportunidade perfeita para o comércio internacional – os Estados Unidos exportam petróleo e gás para o Japão e importam carros pequenos e eficientes em termos de combustível e peças de automóveis.
Geografia

A proximidade geográfica dos países também desempenha um papel importante no comércio internacional, especificamente por causa do transporte. Custa muito mais enviar bens a distâncias maiores. De fato, grandes países podem importar e exportar os mesmos bens de e para lugares diferentes. Os Estados Unidos exportam petróleo para o Japão de seus campos de petróleo no Alasca, enquanto simultaneamente importam petróleo do Canadá. Os campos de petróleo do Alasca estão muito mais longe das refinarias de petróleo americanas do que os campos de petróleo canadenses em Alberta, então ambos os países se beneficiam do arranjo de importação/exportação.
Benefícios do Comércio
O comércio internacional significa que cada país pode se beneficiar da especialização e da vantagem comparativa de outros países. No exemplo acima, o Japão poderia tentar substituir o petróleo por outra fonte de combustível que cria internamente em vez de importar, mas isso causaria um aumento maciço nos preços.
Da mesma forma, os Estados Unidos podem direcionar mais de seus próprios recursos para desenvolver motores menores e mais eficientes, mas isso aumentaria o custo para seus consumidores. Isso significa que o comércio internacional reduz os preços, o que é um grande benefício para os consumidores.
Comércio e Crescimento

O comércio também é um componente essencial do crescimento para países em desenvolvimento. Muitos países em desenvolvimento usam um modelo de crescimento de “Extração e Industrialização”. Por exemplo, o Canadá costumava ser famoso por exportar peles de animais, ouro e madeira. A economia canadense usou essas exportações para importar máquinas industriais no século XIX, que usaram para construir ferrovias, escolas e cidades.
Com o tempo, a extração de recursos começou a ser menos importante do que as outras indústrias que eles haviam construído, com mais da economia se diversificando em um grande número de campos. Hoje, a economia canadense ainda tem uma quantidade significativa de mineração e produção de petróleo, mas também é líder mundial em biotecnologia, ciência da computação e pesquisa médica – especializações que conseguiram desenvolver primeiro usando sua vantagem comparativa natural através do comércio internacional.
Restringindo o Comércio Internacional
Quando dois países comercializam, ambos se beneficiam. No entanto, esses benefícios não são sentidos igualmente. No exemplo do comércio de petróleo e carros entre o Japão e os Estados Unidos, os consumidores americanos se beneficiam de carros mais baratos e eficientes em termos de combustível, mas os fabricantes de automóveis americanos perdem negócios e lucros.
Alguns governos impõem restrições ao comércio internacional para proteger suas próprias indústrias.
Razões para Barreiras ao Comércio
Existem três razões principais pelas quais os países impõem barreiras ao comércio internacional.
Desenvolvendo Especialização

Um país pode estar pretendendo se especializar na produção de algum bem ou serviço, mas ainda não possui uma vantagem comparativa no mercado internacional. Por exemplo, a Indonésia é uma das líderes mundiais na produção de tecidos e têxteis, mas há 30 anos eles estavam apenas começando seu desenvolvimento.
Para incentivar o crescimento da indústria, o governo indonésio restringiu as importações de têxteis de outros países, impondo pesados impostos. Esses impostos foram então usados para comprar seu próprio equipamento de produção e subsidiar sua própria indústria têxtil doméstica. Isso permitiu que a Indonésia desenvolvesse sua própria indústria, protegida da concorrência internacional. Isso, por sua vez, criou novos empregos e oportunidades de investimento, com a ideia de que o crescimento de longo prazo gerado pela especialização será maior do que o custo de curto prazo para os consumidores pagarem mais por roupas.
Vantagem Comparativa Injusta
Os países também restringem o comércio quando acreditam que o outro parceiro comercial possui uma vantagem comparativa “injusta”. Por exemplo, quando a Indonésia aplicou sua tarifa sobre as importações de têxteis e usou os lucros para subsidiar sua própria produção, a China viu isso como um fardo injusto para sua própria indústria têxtil e aplicou sua própria tarifa sobre as importações indonésias.
Esses tipos de tarifas retaliatórias significam que ambos os países perdem: os esforços da indústria têxtil da Indonésia para se especializar são prejudicados pela sua incapacidade de exportar para a China, enquanto as empresas chinesas são prejudicadas pela sua incapacidade de exportar para a Indonésia. Os clientes em ambos os países são prejudicados por preços mais altos para têxteis. Isso torna a imposição de barreiras comerciais arriscada – pode ajudar um país a se especializar, mas corre o risco de retaliação de outros países.
Interesses Especiais

Nesses cenários têxteis, os clientes são os claros perdedores (enfrentando preços mais altos) e as empresas domésticas são os claros vencedores (aproveitando preços mais altos e subsídios para crescer). No entanto, não é uma divisão justa. A maioria dos clientes só notará um aumento de preços de uma pequena porcentagem, enquanto as empresas afetadas verão seus lucros dispararem.
Isso significa que essas empresas têm um grande incentivo para pressionar o governo por proteções mais fortes, enquanto os consumidores podem nem perceber o que estão perdendo. Quando o governo está avaliando tarifas e restrições, as empresas que ganham geralmente são muito barulhentas em sua defesa, enquanto os cidadãos comuns podem nem estar cientes do que estão perdendo. Se o esforço para se especializar não resultar em crescimento de longo prazo, pode significar que um punhado de empresas poderosas simplesmente lucra às custas de um grande número de consumidores.
Acordos de Livre Comércio
Para combater a vantagem competitiva injusta, tarifas retaliatórias e interesses especiais, os países firmarão Acordos de Livre Comércio. Esses acordos limitam severamente os tipos de tarifas que podem ser impostas, com regras claras para ambas as partes.
Mesmo com acordos de livre comércio, os países podem concordar em algumas restrições comerciais. Por exemplo, a Indonésia e os Estados Unidos têm um acordo comercial bilateral. Os Estados Unidos permitem que a Indonésia restrinja as importações de têxteis da América, mas com a condição de que eles precisam dar tratamento preferencial aos fabricantes de aeronaves americanos para as importações. Isso permite que a Indonésia continue a proteger sua crescente indústria têxtil, enquanto também permite que os Estados Unidos lucrem com sua própria vantagem comparativa na fabricação de aeronaves.
Troca de Moeda e Forex
Diferentes países usam diferentes moedas, o que pode causar problemas com o comércio internacional. Cada vez que um país importa um bem, precisa trocar parte de sua própria moeda pela moeda que precisa para realizar a transação.
Isso significa que há duas forças de mercado acontecendo com cada transação: Oferta e Demanda do bem ou serviço em si, e a Oferta e Demanda da moeda de cada país determinando a taxa de câmbio.
Mercado de Câmbio
O mercado de moedas é conhecido como “Forex”. Cada moeda é negociada contra todas as outras moedas para encontrar preços de equilíbrio. Se você ouviu que o Dólar dos EUA está ficando “Mais Forte” ou “Mais Fraco”, isso se refere a como ele está sendo negociado no mercado Forex.
Se uma moeda está ficando “Mais Forte”, isso significa que ela pode comprar mais de alguma outra moeda. Por exemplo, se $1 USD conseguia comprar 1 Euro no ano passado, mas agora pode comprar 1,1 Euros este ano, o dólar americano está “Fortalecendo” em relação ao euro. Dizemos que uma moeda fica mais fraca se ela pode comprar menos de alguma outra moeda.
Mercado de Câmbio, Exportações e Importações
O fortalecimento e o enfraquecimento das moedas desempenham um papel enorme no comércio internacional. Por exemplo, imagine uma loja na França que vende vidros. Normalmente, eles cobram 10 Euros por 100 copos. Se uma empresa americana quisesse comprar esses copos no ano passado, pagaria $10 e receberia 100 copos.
No entanto, para comprar esses mesmos copos no próximo ano, custa apenas $9 para o americano, porque o dólar ficou mais forte. Isso significa que, se uma moeda fica mais forte, fica mais fácil importar de outros países.
Por outro lado, se uma moeda fica mais fraca, significa que é mais fácil exportar. Ao longo desse 1 ano, os preços do vidreiro francês caíram 10% para os americanos. Os fabricantes de vidro americanos começarão a perder negócios para as importações francesas, mesmo que nada sobre os custos de produção reais tenha mudado em nenhum dos países.
Manipulando o Forex

Isso significa que os países que tentam impulsionar sua própria economia tentarão “enfraquecer” sua própria moeda usando recursos do governo para comprar muitas outras moedas, elevando o preço de outras moedas e reduzindo o preço da sua própria. Isso facilita para suas próprias empresas exportarem, enquanto automaticamente torna mais caro importar de fora. Moedas mais fracas geralmente favorecem as empresas ao aumentar os preços, enquanto moedas mais fortes beneficiam os consumidores ao reduzir os preços.
A comunidade internacional não gosta da manipulação de moedas – existem muitos tratados internacionais em vigor para restringir como os governos podem comprar e vender as moedas uns dos outros para tentar preveni-la.